sábado, 17 de dezembro de 2011

O osso

Veste a gravata calma
Que é obra do acaso
E do oblívio

É bandeira de pudor
Osso do ofício de poeta
Entrevado e cinza

Vá para a Europa
Terra da história e do futuro
Suas mil engenharias
E o arvoredo

Faz luz de madrugada
No cego é força o pêlo
E a névoa da boca é troca

Boca de carne
Seu sangue é pedra e dívida
No osso do ofício de poeta
Há um sofrer maior que um querer
Maior que tudo.


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional