Mulher, quem dirá
as tuas estrelas esquecidas
numa noite de infância e breu?
Perdida na memória
que singra o tempo
mais azul, essa noite
é a nossa noite.
É a noite do Primeiro
Pecado, o mais sutil
e passageiro, aquele
que não tinha ciência
da morte que era
seu corolário.
O Primeiro Desejo
de uma boca e de uma
íris que só eu conheci,
o primeiro descenso,
a primeira insensatez.
E pelo mato ia
correndo uma água fria
a nos dizer que o
sonho era tez e era Terra.
Nos dedicávamos ao júbilo
e à adoração dos pássaros
tingidos do metal da luz
noturna.
Éramos notívagos
entregues ao futuro.